segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

 "Não" é não.



Se sua namorada não quer transar é "não".
 
Ela não está flertando, não vem lançando charme, não é joguinho de sedução, não demonstra resistência para excitá-lo.
 
"Não" é não.
 
"Não" não é talvez, não é "estou em dúvida", não é "vem que eu quero na marra".
 
"Não" é absolutamente não. É soberanamente não.
 
Se sua mulher não deseja, acabou. Vai dormir. Vai tomar um banho. Vai assistir a novela. Vai esperar o dia seguinte.
 
"Não" não é um sim disfarçado, um sim camuflado, um sim procurando insistência. É "não" e ponto final.
 
Se ela reclama de dor de cabeça, de indisposição, se ela não se interessa naquela hora é não. Não importa a desculpa: "não" é não.
 
Não venha com a fantasia da imposição, do convencimento.
 
Macho é o que aceita o "não", jamais o que insiste pela força.
 
Aquele que impõe sua vontade é um covarde, tem que pagar pelo estupro, sendo namorado ou marido. Nenhum namoro ou certidão de casamento serve de atenuante e alivia o crime. 
 
"Não" é não, meu amigo.
 
Temos que parar de pôr a culpa no vestido curto, nos decotes, na bebida.
 
Não é que ela deu mole, não é que ela facilitou, não é que ela ficou provocando.
 
"Não" é não. Aceite. Não venha com a conversa de que lê pensamento, de que ela diz algo e pensa em outra coisa.
 
“Não” é não.
 
Ela poderia estar a fim antes e mudou de ideia. Obedeça: "não" é não.
 
"Não" é respeitar o desejo dela, o temperamento dela, a escolha dela. Ninguém tem obrigação de fazer sexo só porque está junto. Ninguém precisa aceitar tudo só porque ama.
 
Não é não.

Fabricio Carpinejar.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um ser mulher






Sempre pensara
E isso ninguém quis tomar.
Questiono-me então
Por que meu ser, querem mudar?
Deixa-me dizer o que penso!
Deixa-me sair por ai!
Deixa?!
Deixando ou não...
Irei fazer mesmo assim.
Vou lutar feito louca.
(Assim, como quem sabe).
Gritar até ficar rouca
Espalhar minha verdade.
Não...
Não critique, nem encoste em minhas roupas.
Não sou Santa, nem faço milagres.
Querem que eu siga um padrão...
O corpo é meu
E eu visto até a liberdade.
Exatamente... Aquilo que não se pode ver.
Se me impuseram deveres.
Agora vou expor quereres.
E não adianta negar
Nem tente me calar.
Sei muito bem que minha voz
Pode alcançar todo lugar.
Vou amar mulher.
Trepar com o Zé.
Beijar Esther.
E assistir Esther amando o Zé
Sem questionar se vão ou não
Pra cá voltar.
Quanto aos meus horários.
Não tente controlar...
Vai perder as contas.
Vai perder seu tempo.
Não digo que a noite é uma criança
E que eu sei cuidar dela.
(Não, não me venha com papel de boa cuidadora).
Digo que sou a criança 
Que a noite insiste em cativar
Então...
Deixo estar.
E numa roda de conversa.
Numa partida de futebol
Ou numa mesa de bilhar
Brindando entre amigos
Eu vejo o dia clarear.
Quem disse que eu não posso pensar?
Praticar pensamentos...
Desejar...
Ah meu caro colega!
Esse alguém não me conhece.
Seja quem for...
Muito prazer!
E quer saber...
Você pode até me chamar de mulher
Mas não esqueça,
Antes tudo...
Sou um ser.

(Maria Isabel Batista Oliveira)

terça-feira, 12 de junho de 2012


Língua dos Amantes


Desculpa a ausência de palavras belas e mimosas
Que o romantismo geralmente impõe aos poetas da madrugada;
Desculpa a ausência dos jogos de sentido tradicionais; das rimas;
Dos versos devidamente metrificados de acordo com as regras
Dos sonetos clássicos que registravam as antigas paixões...
Desculpa se, até mesmo, falta um pouco mais de poesia neste texto,
Mas, depois de pensar durante alguns dias, acabei concluindo:
Nosso amor nunca caberá em nenhum vocábulo
De nenhum vocabulário.
Mesmo que eu percorresse o dicionário de todos os dialetos
Vivos, mortos, marginais, marginalizados, esquizofrênicos, bissexuais, platônicos,
Assexuados, puristas e inventados em qualquer língua falada, escrita, sagrada...
Neologismos futurísticos que eu mesmo possa vir a criar seriam só protesto,
Mas, não seriam amor!
Sim, ate podia cogitar uma metáfora e usar a liberdade poética
Pra tentar traduzir e transmitir, pelo menos, a essência
(Já que a forma me é impossível discernir)
Dessa mescla indissolúvel de necessitar e querer
Que eu finalmente me sinto compreender e aceitar como tal;

Mas, quando me viro e observo o horizonte pela janela do quarto,
Forçando os olhos atrás da imagem que poderia preencher este vazio,
Percebo que a luz do sol poente só me traz a beleza cúmplice e complacente
Que tem o teu corpo, a tua voz, o teu jeito de olhar, a tua forma de me chamar...
E eu permito que a metáfora vire papel ao vento, pipa sem varetas ou rabiolas,
Presa pela fina linha da língua natural dos amantes que temos entre nós!

Edgar Izarelli de Oliveira

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Marcha das Vadias em São Paulo, 26 de maio. Da Paulista, descendo pela Augusta e chegando até a Republica. De arrepiar até a alma.

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=UjpyB0nUR10

Meu nome é Maria da Penha, fui espancada, eletrocutada pelo meu marido. Fiquei paraplégica. Se não querer mais apanhar é motivo para ser chamada de Vadia, então somos todas Maria da Penha.


Se o corpo é da mulher, se o corpo é da mulher, ela dá pra quem quiser, ela dá pra quem quiser...

Se cuida, se cuida, se cuida seu machista, a America latina vai ser toda feminista

Vem pra rua vem, contra o machismo vem

Que contradição, aborto é crime, homofobia não.





A heterossexualidade é a única forma de amor!
A regra é clara. Nascer, estudar, trabalhar, casar, ter filhos. Assim é como nossos pais nos ensinaram, foi assim que também aprenderam.
O judaísmo tem o sêmen como algo sagrado, simbolizando a vida. O cristianismo tem origens judaicas e, portanto, coloca a procriação como algo sagrado.
Religião, cultura, tradição cria-se. A nós cabe nos adaptarmos. E quem não segue o padrão da sociedade está sujeito a ser promiscuo.
Não! Promiscuidade é nos imporem afirmações de que a heterossexualidade é a única fórmula viável de relação. É nos condicionarem a doutrinas, preceitos biológicos e físicos de que os opostos devem se atrair. É propagar a idéia de que amor entre iguais é desqualificado, impuro, impróprio a norma estabelecida. É emitir ser monstruoso travestir-se e reconhecer-se enquanto oposto. É agir com violência pelo medo do diferente. É divulgar ser imundo, anormal um relacionamento poligâmico.
Mas o que é normal? Há realmente algum relacionamento anormal? Quem dita as regras?
Relações heterossexuais, homossexuais, bissexuais, poligâmicas são possíveis, intrínsecas.
Agressivo é encorajar a envergonhar-se de sua essência. Indecente é estimular a naturalização de padrões.
Romper com as heranças patriarcais de convicções, mais que apropriado, é necessário!

Mayara Alves e Tatiane Rodrigues 





quinta-feira, 17 de maio de 2012

Contra Homofobia.




Causa-me enjoo 
e encharca meus olhos de tristeza
Tamanho convencionalismo.
Hostilidade, discriminação, violência ,intolerância...
Definições incabíveis a vivencia de um ser humano.
Ao tratar-se de quem recebe tal comportamento obrigatoriamente
E não aos que os dispõem, esses não são atingidos, não diretamente.
Mas tai, já não sei se podemos trata-los como humanos,
Como seres pensantes, agradáveis, aceitáveis... 

Seres que evoluem.
Alias, há tempos me pego pensando que os rótulos muitas vezes desconhecidos de suas origens nos afastam ainda mais dessa descoberta do que realmente é ser humano.
Escuto muitas pessoas falando de amores familiares e amigáveis e elevando estes sentimentos,

não exatamente pela origem destes e sim pelo rótulo ao qual o ser foi concedido desde seu conhecimento.
Amam-se mães, por serem mães e como um dever ao rótulo respeitam-nas?
Amam-se filhos,por serem filhos e como obrigação os amam?
Amam-se irmãos,por serem irmãos, por possuírem o mesmo sangue?
Pergunto-me o porquê não amarmos e tratarmos os seres como mães e filhos?

Ou melhor...
Por que não nos tratarmos como seres humanos antes tudo?

Antes Rótulos, antes ligações afetivas, antes julgamentos e quereres individualistas?
Homo afetivos, mulheres, homens, mães, filhos, heteroafetivos, assexuados, negros, enfim...
Pessoas, são pessoas e independente de escolhas e vivencias, continuarão sendo seres humanos. Seres em busca de sonhos, desejos, realizações,seres em busca de preencher o que se tem de mais inexplicável, 

que é a vida.
Entende?!

Maria Isabel Oliveira

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Das diferentes formas de compreender a liberdade e o amor

O amor depende da liberdade mas, também da sensibilidade, o amor exige o saber do contexto, o cuidado com todas as partes relacionadas, exige o saber do contexto o prezar pelo processo e por aquilo que está sendo. E isso depende não só do que ele quer ser mas também do desenvolver que marca cada um nesta construção, nesta historia.
É óbvio que se me perguntarem direi que quero meus amores libres, que os quero felizes. Eu admito que ele seja plural porém necessito que ele seja leal para comigo e para com todos os amores. Não quero de forma nenhuma negligenciar o companheirismo em uma noite de bar qualquer a não ser que este já esteja incluído para além de um conhecer/prazer momentâneo, eu não troco a parceria pela boemia no máximo uno as duas.
No entanto não me engesso apenas ao amor de domingo, admito não ser simples a compreensão mas não acredito que por isso ela deva ser omitida, a omissão não pode ser base em um relacionamento, isto é longe de ser liberdade. Se praticaremos a liberdade, praticaremos em tudo, inclusive na consideração para com quem faz parte da nossa luta diária da vida, seja de forma intensa, que já venha de longa data ou os dois.
Tenhamos o bom senso de libertar o outro ao nos libertarmos, e saber quando nossas atitudes e liberdades prendem o outro, e num prender para além da simples decepção da relação ou o simples fato da perspectiva mas, para o que nossas atitudes vão trazer de consequência e que pode ser um desacreditar nas relações livres e libertárias e veja não só nas relações de amor. Já que (uma opinião talvez mas pra frente em metamorfose) talvez esta relação não compreenda uma relação de amor o não se doar de igual parte e não compreender que o leal é fundamental, gera uma relação de egoismo, amor etnocêntrico, ou até desamor porquê não?
Assim como uma oração estou a tempos inquieta a refletir: até que ponto os meus instintos fazem eu acreditar que "naquele momento é o que sinto é o que importa é o que vivo"; Não gosto desta justificativa, mas se ela existe ela precisa ser dita, precisa ser partilhada, por uma questão de igualdade de gênero, de lealdade e preservação das mútuas liberdades, pois liberdade de um lado só é prisão compulsória e sem aviso das outras partes.
Não! Não é fácil, e acredite eu não tenho resposta, até porque eu mesma não consigo levar a lealdade até as últimas consequências, é da natureza humana talvez. Também não é simples, nem sempre daremos conta de garantir a liberdade plena, acontece que este que dizes ser amor livre só é capaz de existir em um leal diálogo, é o único compromisso que ele pede a lealdade, mesmo que está não lhe pareça e não seja agradável se faz pelo menos pra mim, gata extraordinária, parafraseando as vezes meu contato com as gatas e até pegando os bordões de duas delas pra finalizar, se faz verdade libertadora, e necessária.

Mayara Alves da Silva.