quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um ser mulher






Sempre pensara
E isso ninguém quis tomar.
Questiono-me então
Por que meu ser, querem mudar?
Deixa-me dizer o que penso!
Deixa-me sair por ai!
Deixa?!
Deixando ou não...
Irei fazer mesmo assim.
Vou lutar feito louca.
(Assim, como quem sabe).
Gritar até ficar rouca
Espalhar minha verdade.
Não...
Não critique, nem encoste em minhas roupas.
Não sou Santa, nem faço milagres.
Querem que eu siga um padrão...
O corpo é meu
E eu visto até a liberdade.
Exatamente... Aquilo que não se pode ver.
Se me impuseram deveres.
Agora vou expor quereres.
E não adianta negar
Nem tente me calar.
Sei muito bem que minha voz
Pode alcançar todo lugar.
Vou amar mulher.
Trepar com o Zé.
Beijar Esther.
E assistir Esther amando o Zé
Sem questionar se vão ou não
Pra cá voltar.
Quanto aos meus horários.
Não tente controlar...
Vai perder as contas.
Vai perder seu tempo.
Não digo que a noite é uma criança
E que eu sei cuidar dela.
(Não, não me venha com papel de boa cuidadora).
Digo que sou a criança 
Que a noite insiste em cativar
Então...
Deixo estar.
E numa roda de conversa.
Numa partida de futebol
Ou numa mesa de bilhar
Brindando entre amigos
Eu vejo o dia clarear.
Quem disse que eu não posso pensar?
Praticar pensamentos...
Desejar...
Ah meu caro colega!
Esse alguém não me conhece.
Seja quem for...
Muito prazer!
E quer saber...
Você pode até me chamar de mulher
Mas não esqueça,
Antes tudo...
Sou um ser.

(Maria Isabel Batista Oliveira)

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